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Comportamento infantil: Como lidar com a birra

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Preste bem atenção se essas situações não são familiares para você que tem filhos: em pleno supermercado uma criança inicia um berreiro porque a mãe não quer levar seu doce preferido; ou, em questão de segundos, aquele pequeno, que momentos antes parecia um anjinho de tão bem comportado, começa a espernear por não ter o mesmo brinquedo que o coleguinha ao lado.

Esses e outros episódios de birra são comuns em crianças desde um ano de idade até os seis anos.

E certamente são situações que serão vividas por todos que têm filhos. Nesse fogo cruzado em que muitos pais se encontram, o qual também envolve outros educadores essenciais, como os professores, é comum surgirem muitas dúvidas.

A maioria não entende o porquê das birras, tampouco o que a criança quer transmitir com esse tipo de comportamento. O resultado é que muitos acabam por cometerem erros na hora de corrigirem esse mau comportamento.

Outro ponto-chave e, na maioria das vezes, desconhecido pelos pais é justamente uma forma saudável de lidar com as birras e, até mesmo, prevenir que elas ocorram.

Então, se você é um pai ou mãe que não sabe lidar com a birra de seus filhos e, principalmente, está preocupado com a educação emocional dos pequenos, separamos algumas dúvidas e sugestões que poderão ajudar (e muito) nessa tarefa nada fácil.

Por que as crianças fazem birra?

Para crianças entre 1 a 6 anos, as birras são explosões de raivas e outros sentimentos.

Olhando biologicamente, as birras são descargas de adrenalina e cortisol liberadas pelo cérebro. Isso acontece porque a criança ainda não é capaz de controlar os impulsos de seu comportamento.

Situações estressantes como fome, exaustão, cansaço, frustração, exposição a ambiente muito barulhento ou com muito gente levam a essas descargas hormonais.

As birras, são muito mais que uma simples reação ao ambiente, as birras são demonstrações positivas porque é nesse momento que ela está começando a desenvolver sua personalidade a partir da expressão de sua vontade.

Por isso, fiquem atentos alguns tipos de birra. Se elas se tornaram muito frequentes nos últimos tempos e não fazem parte do comportamento da criança é importante investigar mais afinco esta situação.

Como os pais devem reagir?

Os pais podem reagir de forma variada à birra dos filhos, de acordo com as experiências acumuladas ao longo dos anos. Porém, podemos identificar ao menos duas formas diferentes de reação: a permissiva e a punitiva.

Alguns pais — talvez devido à pouca experiência na criação dos filhos — se sentem impotentes diante desse mau comportamento dos pequenos. Isso ocorre principalmente com aquelas birras em público, que acabam por deixar os pais constrangidos.

Sendo assim, acabam por ceder à vontade dos filhos naquele momento. É a chamada “educação permissiva” a qual deixa a criança por conta própria.

Esse tipo de atitude pode tornar os filhos mimados, com grandes chances de se tornarem adultos com dificuldade de lidarem com frustrações. Há pais que não conseguem controlar suas próprias emoções diante de uma birra e acabam explodindo de raiva, assim como a criança.

Com isso, muitos punem as crianças de forma exagerada e, consequentemente, criam filhos cada vez mais desafiadores ou até mesmo introspectivos — por medo do castigo dos pais.

Como lidar com a birra de maneira saudável?

Há alguns pais que optam por simplesmente ignorarem a criança que está fazendo birra. Isso porque conseguem controlar suas emoções. Assim, começam a se afastar no momento da cena.

Na maioria das vezes a criança vai parar de chorar e espernear e irá atrás dos pais por medo de ficar sozinha.

Especialistas afirmam que, para que as crianças parem a birra elas precisam perder a segurança na hora. Se ela se sente insegura, muda. A atitude dos pais diante de uma cena dramática do filho deve ser firme, no entanto, não deixar de ser acolhedora também.

Assim, inicialmente, o ideal é se manter indiferente diante da birra. Após o episódio, acolha a criança no colo ou converse na altura dela, explicando que esse tipo de comportamento não fará ela conseguir o que deseja.

Também há outras atitudes efetivas que você pode tomar de imediato. Dependendo da situação, distrair a criança pode ser uma boa estratégia para acabar com a birra.

Isso pode fazer com que ela esqueça o motivo pelo qual está fazendo o escândalo, sendo eficaz principalmente em locais públicos.

Você também pode comparar a criança com outras pessoas ao redor. Ao mostrar que apenas ele está gritando e chorando, o pequeno toma consciência dos outros e se acalma. Isso faz com que ele se ajuste ao ambiente ao redor.

E quanto a dar castigos? É válido? Se forem proporcionais, de forma que não prejudiquem o desenvolvimento da criança, constituem outra maneira saudável de lidar com as birras. Para isso, o tempo de punição deve ser adequado à idade.

Por exemplo, para uma criança de 2 anos, 10 minutos de castigo já basta.

Como prevenir?

Rotina e previsibilidade são dois fatores essenciais para prevenir novos episódios de birra, principalmente no caso das crianças pequenas.

Para tanto, toda a situação que seu filho for enfrentar, converse previamente com ele. Esteja sempre no mesmo nível dos olhos dele ou carregando no colo, mas sempre olhando em seus olhos durante a conversa.

Por exemplo, se forem ao parquinho, estabeleça, anteriormente, regras como não colocar a mão na boca ou não sair de perto do responsável. Informe principalmente o que farão no local, se vão comprar algo para criança ou não. Diga quanto tempo ficarão no passeio e quem vão encontrar.

Respeite também a hora de descanso da criança, principalmente se ela já está doente, não dormiu bem ou está em um ambiente com muito barulho e pessoas. Afinal, nessas situações é bem provável que a birra volte a acontecer.

Quando retornar do passeio, é muito importante também conversar novamente com a criança. E é essencial que os pais digam a ela se comportou-se bem ou mal. Caso tenha ido bem, faça o reforço positivo e elogie o pequeno.

Quais erros jamais devem ser cometidos?

Em primeiro lugar, não ceda às exigências da criança e mantenha firme seu posicionamento. Seu filho deve aprender desde cedo a ouvir o não. Às vezes, por se sentirem culpados ou mesmo por impaciência, os pais acabam por acatar o desejo dos pequenos durante a birra.

O resultado são crianças cada vez mais mimadas e acostumadas a terem tudo que querem, porque ficam condicionadas a conseguirem o que desejam. Lembre-se sempre de que os filhos têm como exemplo os pais.

Por isso, policie suas atitudes nos momentos de estresse e raiva e contenha-se. Evite manifestações exacerbadas como bater portas e jogar objetos no chão, principalmente na frente deles.

Outra dica importante é nunca medir forças com a criança. Por exemplo, se por algum motivo o filho começa a fazer bagunça em seu quarto espalhando todos os brinquedos no chão.

Às vezes, não há necessidade de proibir de desorganizar o ambiente, desde que fique claro que, após a brincadeira, quem vai colocar tudo em seu devido lugar é ela.

Os pais devem se manter firmes em suas atitudes. Porém, não precisam ser autoritários e sustentar uma criação sob uma série de proibições. É importante dizer não, mas também devem reconhecer o momento de ser flexível com a criança.

Mais do que simples chiliques das crianças, as birras devem ser compreendidas como uma forma de os pequenos expressarem suas emoções e começarem a firmar sua personalidade no meio em que vivem.

Para tanto, saber lidar com essa situação é uma tarefa que deve ser compartilhada não somente com os pais, mas também com a escola, que desempenha papel importante na formação dos pequenos.

Nós, do Centro Educacional Alfabeto,  utilizamos medidas socioemocionais para controlar esses episódios de explosão de raiva das crianças. Procuramos gerenciar as situações de estresse que seu filho está passando e que desencadeia a birra.

Para isso, conversar com ele após o episódio é essencial. Além disso, procuramos ter empatia pela criança, procurando compreender a situação que está provocando a raiva no pequeno.